E se fossemos nós a oferecer abrigo? Quem acolheria quem? Iríamos nós, habitantes do hemisfério sul, trazê-los por céu e mar para oferecer refúgio?
Seríamos os sulistas a primeira escolha dos que vêm do norte, anglocêntricos e sem experiência de mundo, para viver em paz?
Se concebessem uma América invertida, perceberiam que não existe um lá embaixo, mas sim um nós, americanos com suas diferenças e afinidades.
Convenções refletem visões de mundo, muitas delas autocentradas. Outras espelham a natureza, como os antigos nos legaram. Voltar-se para o sul ao invés de nortear-se é uma saída em busca de cultura e vida, distante dos enlatados e do automóvel.
Venham, mesclem-se, plantem mais árvores, aprendam outras línguas – a latinidade é muito mais do que hispânica.
Aprendam a viver com menos. Em caso de sofrimento e medo, alegria e sol. Ao invés de preconceito, abraço. Contra a pobreza, ambiente farto.
Para eles, não para nós.