(…) me abrace, que no abraço mais do que em palavras, as pessoas se gostam.
Clarice Lispector, 1945
Há braços que se cruzam, restringem, ordenam; que acalentam, indicam, protegem. Uns consolam, outros se enamoram; ampliam o horizonte, libertam o olhar e a caminhada; muitas vezes suplicam ou submetem. Passei por tudo isso e, quando me dei conta, veio o distanciamento social – na verdade, físico. À distância do abraço, outros sofrendo ou contentes. Parabéns, desculpe, por favor, obrigada, tudo de bom (e de longe!). A palavra acolhe, um olhar atencioso e um ouvido sensível aconchegam. Porém, nestes tempos interativos, tocar o outro é urgente e inevitável. Abraços para não dizer adeus.